Praticamente uma lenda urbana e uma instituição da vida
noturna gay paulistana. Esse é o ABC Bailão, localizado no centro de São Paulo,
próximo ao Largo do Arouche, fica na Rua Marquês de Itu, 182, na Vila Buarque,
em meio aos garotos de programa e travestis que frequentam a região. Quem
frequenta a noite gay paulistana certamente já deve ter ouvido falar do ABC Bailão,
ou apenas Bailão, para os mais íntimos.
Para início de conversa, o nome não tem nenhuma relação com
o ABC Paulista, mas sim, é uma sigla, que significa “Amigos Bailam Comigo”.
Longe da “cena gay mainstream”, o Bailão sofre muito
preconceito por pessoas que sequer foram até lá para conferir de perto como
tudo funciona. A casa abre de quinta a domingo, ficando relativamente cheia
todos os dias. Naturalmente, os dias mais cheios são as sextas e os sábados. Em vésperas de feriados o Bailão também abre e costuma encher!
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ABC Bailão |
O foco do Bailão e também o grande atrativo da casa é a
faixa etária dos frequentadores, que vai dos 18 aos 90 anos, sem preconceitos!
Majoritariamente, o público tem entre 40 e 65 anos, mas é possível encontrar
pessoas de todas as idades, inclusive os novinhos que gostam de homens maduros
– acredite, são muitos! Mulheres são raras no Bailão, mas algumas vezes elas
aparecem por lá e também são bem-vindas.
E quais são as vantagens de ir ao Bailão? A lista é grande:
I – O preço da entrada e das bebidas é muito mais em conta
do que as festas e baladas famosas da cidade. A entrada fica entre 25 e 30
reais, mas se você for maior de 50 anos tem desconto! E a cerveja, por exemplo,
custa 6 reais!
II - Não existe lista VIP, lista de aniversariante, lista de
promoter e lista para entrar na lista, ou seja, no Bailão todo mundo é igual e
não tem aquela segregação na hora de entrar no local. Até por isso, raramente
existe fila para entrar no Bailão, normalmente você chega, paga e entra. Ah,
acho que nem preciso dizer, mas também não tem camarote ou área VIP.
III – As pessoas usam o banheiro para o que ele foi
destinado, quais sejam: necessidades fisiológicas, espelho e lavar as mãos. Ou
seja, não tem fila para usar o banheiro e você não precisa perder um tempão na
fila só porque alguém resolveu ter um espaço privativo para usar drogas ou
transar.
IV – Para quem não curte drogas, podemos dizer que é algo
muito difícil de se ver no Bailão. Na verdade, nunca presenciamos ninguém
usando substâncias ilícitas nas dependências do Bailão.
V – A música é ótima: os DJs do Bailão transitam muito bem
entre as tribos que frequentam o local, tocando sempre flashback, mas também pop, funk, forró, música brega, rock antigo,
etc. Enfim, é uma mistura que dá certo e agrada todo mundo!
VI – As pessoas não são pegajosas e não ficam passando a mão
em você sem a tua permissão, pois cada um respeita o espaço do outro.
VII – É muito interessante presenciar um encontro de
gerações diferentes de homens gays. Ver pessoas que vivenciaram a repressão da época da
ditadura e que hoje podem viver seu amor livremente é muito agradável.
Por todas essas razões, vale a pena sair da bolha dos bares
modernos, caros e com filas e conhecer também um lado antigo, mas igualmente
divertido, da vida noturna gay de São Paulo!
Somos fãs de carteirinha do Bailão, uma casa que abriu em
1996 e que, esperamos, possa ter vida longa, pois no futuro todos nós seremos
homens maduros e é importante ter um espaço de qualidade destinado a esse
público, que acolhe a todos sem preconceitos. Indicamos!
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